sábado, 11 de abril de 2009

fossilização








Mas como é que se dá a transformação de um animal num fóssil?
A transformação de um organismo vivo num fóssil pode levar milhões de anos, além de que é dependente do acaso, pois requer a ocorrência de diversas condições em simultâneo. Assim que morrem, os organismos começam imediatamente a sofrer o processo de decomposição, e mesmo com as partes duras isto acontece. Para que um organismo fossilize, ele terá de ser enterrado antes de se decompor. Mas mesmo já enterrados, os organismos podem sofrer alterações. A carne e outras estruturas moles (como os órgãos) decompõem-se tão depressa que não chegam a ser conservadas. É por isso que animais inteiros são um achado raro e a maior parte dos fósseis consiste apenas em conchas, dentes, ossos e outras partes duras.
Um dos processos de formação dos fósseis que ocorre, fundamentalmente, em meios aquáticos designa-se por mineralização. Os seres aquáticos que morrem ou os seres terrestres cujos corpos, por qualquer motivo, são arrastados para os fundos aquáticos, podem sofrer esta transformação. Ela consiste na precipitação de substâncias dissolvidas na água, que vão substituir gradualmente a matéria do organismo, à medida que ele se decompõe. É por isso que as partes duras (as mais resistentes à decomposição) aparecem milhões de anos mais tarde com um aspecto ainda sólido, pois foram endurecidas por minerais originários do próprio sedimento.
Também as plantas podem sofrer o processo de mineralização. Foi o que aconteceu com as árvores do estado americano do Arizona. Existiria aqui uma floresta muito antiga que terá sofrido uma grande inundação. As águas que inundaram esta floresta trouxeram muitos detritos que sedimentaram, submergindo as árvores. Lentamente, as substâncias dos troncos foram substituídas por minerais. Esta petrificação preservou tão bem a forma dos troncos que foi possível determinar a idade das árvores. A mineralização dos antigos animais e plantas é, por vezes, tão perfeita que é possível estudar ao microscópio a estrutura da suas células.
Mas nem todos os fósseis se formam deste modo. Por vezes, em vez de ser substituído por matéria mineral, o animal original é inteiramente dissolvido pelas águas de infiltração, deixando na rocha cavidades a que se chamam “moldes externos”. Posteriormente, as cavidades poderão ser preenchidas completamente por substâncias minerais, areia ou lodo, designando-se, então, por “moldes internos”.

Mas mesmo cobertos por sedimentos, muitos fósseis dissolvem-se totalmente, antes de ter sido criado o seu molde, e outros podem ser quimicamente alterados ou distorcidos, devido a temperaturas elevadas ou pressões. Por tudo isto, apenas uma pequena parte se mantém até ser encontrada.

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